Poesia Visual para usar (e ajudar) no Jornalismo: uma base teórica para guiar a implantação até 2023

Sumário

POEMA DO JORNAL
O fato ainda não acabou de acontecer
e já a mão nervosa do repórter
o transforma em notícia.
O marido está matando a mulher.

A mulher ensanguentada grita.
Ladrões arrombam o cofre.
A polícia dissolve o meeting.
A pena escreve.
Vem da sala de linotipos a doce música mecânica
(ANDRADE, 2004).

1 INTRODUÇÃO

O tema deste artigo é apresentar a proposta da Poesia Visual como um novo formato textual jornalístico, integrando poesia como parcela subjetiva de jornalismo objetivo, na divulgação de notícias mais abrangente e profunda.

Poesia e jornalismo são naturalmente compatíveis, a obra de Carlos Drummond exemplifica a capacidade de transformar um acontecimento em narrativa jornalística e poética, evidenciando o potencial de conversa entre as duas áreas, ambas atuando de forma harmônica (OLIVEIRA, 2010).

A relevância do assunto se institui porque, além do equilíbrio, poesia e notícia são um meio poderoso de expressão, se complementam, a imagem poética transmite emoção e torna o texto jornalístico mais transformador ao leitor (CARVALHO; SARGENTINI, 2009). A partir da poesia, a notícia pode ser entendida e sentida, expandindo o campo de recepção. 

Há duas maneiras de se avaliar o uso do novo formato textual da Poesia Visual:

  • Complementar: numa comparação com o formato textual Infográfico, o complementar seria o uso em notícia ou reportagem, para a compreensão de algo específico (TEIXEIRA, 2010);
  • Independente: o uso independente tem um modo generalista, referente a uma determinada situação psíquica ou social humana, tal qual o formato textual charge. Sua publicação é feita sem um texto associado.

Destaca-se que, em uso isolado, a Poesia Visual também promove ganhos, pois “na medida em que a poesia visual é capaz de gerar outros contextos a partir de fragmentos contextuais, o público ficará sensibilizado pelos novos modos de ver e pensar” (DENCKER, 2012, p. 143). 

Neste site se busca divulgar a Poesia Visual em modo independente, de forma a fomentar o uso futuro no Jornalismo de forma complementar.

Se no mundo impresso há uso em pouquíssimos meios, como a revista Piauí, que mesclou poesia e notícias (PEREIRA, 2013), o levantamento sugeriu a inexistência em meio digital:

  • Google: na busca avançada sem filtro de data e com “todas estas palavras: site poesia jornalismo notícia”, surgem inúmeros sites de jornalistas poetas e alguns casos de uso, mas nenhuma habitualidade de notícia com poema; Google Play: feita a busca com as palavras “poesia notícia poema jornalismo”, nada encontrado;
  • Facebook: feita a busca com as palavras “poesia notícia poema jornalismo”, há muitas páginas com poesia ou  (exclusive) jornalismo;
  • Instagram: feita a busca com as palavras “poesia notícia poema jornalismo”, há diversas páginas com poesia ou  (exclusive) jornalismo.

Os meios de divulgação estabeleceram fronteiras, separando ou distanciando o caminhar conjunto de poesia e jornalismo, se limitando a usos esporádicos ou promocionais.
A pesquisa também expôs a disseminação de ambientes com tratamento exclusivo para poesia ou jornalismo, o que indica que pode haver um número grande e significativo de usuários com potencial para poesia visual.

Ressalta-se que a internet é imensa e podem existir trabalhos sobre poesia visual e notícias, todavia, além de existir, no ambiente digital é preciso ser encontrado (PATEL, 2021), colocando o formato de divulgação como um aspecto diferencial.

Investigações feitas e considerado a idealização como algo plausível e conveniente, se define o objetivo geral como divulgar a Poesia Visual, bem  como estabelecer a proposta de um novo formato textual jornalístico, através da plataforma digital Poesia na Marmita com o site www.poesianamarmita.com.br e Instagram www.instagram.com/poesianamarmita/ .

2 JORNALISMO E LITERATURA

O jornalismo, na expressão racional do pensamento, ao gerar informações objetivas, impulsiona o contato com o mundo de fora, como uma luz iluminando um mapa, numa atividade racional com finalidade principal de minimizar um sentimento humano (medo) em relação ao desconhecido externo (PENA, 2006). 

A literatura navega em águas parecidas, pois busca o conhecimento. Todavia visita os nossos mundos interiores, numa invocação ao potencial humano interno. Na literatura predomina a subjetividade (DIAS, 2020), evocando o inconsciente, numa ressignificação de valores (FAUSTINO, 1977). A literatura é poderosa em provocar sentimentos e mudanças de vida, no aumento da percepção sobre a existência.

Há nestas definições, os dois campos complementares pensamento e sentimento: 

  • jornalismo é uma necessidade, é uma resposta humana diante do misterioso, numa busca de organização e compreensão da sobrevivência e vivência (MEDINA,2006);
  • literatura, igualmente necessária, reinterpreta a existência física ou além física (FAUSTINO, 1977). 

A união de jornalismo e literatura provoca a razão e a emoção, de forma que se amplia o domínio da situação de vida apresentada, de forma que muito diferente de serem opostos, jornalismo e literatura se complementam. Essa compatibilidade permite a proposta de Poesia Visual como novo formato textual.

2.1 EVOLUÇÃO NOS GÊNEROS TEXTUAIS E FORMATOS NO JORNALISMO

Por tipologia textual (ou tipo textual), no que se refere ao jornalismo, existe uma separação em classes, mais conhecidas como gêneros, e subdivididas em outras, denominadas formatos, de forma que os formatos são “variantes dos gêneros, estando a eles subordinados, ao mesmo tempo em que se desenvolvem segundo suas lógicas internas, próprias, e multiplicam potencialidades” (ASSIS; 2016, p. 47). Assim, o jornalismo pode ser estudado e analisado conforme determinadas categorias.

Contudo, tal qual a evolução humana, as classificações de gênero se modificam, conforme mostra as tabelas abaixo:

Quadro 1 – Classificação de gêneros e formatos por Luiz Beltrão.

JORNALISMO INFORMATIVO

Notícia

Reportagem

História de interesse humano

Informação pela imagem

JORNALISMO INTERPRETATIVOReportagem em profundidade
JORNALISMO OPINATIVO

Editorial

Artigo

Crônica

Opinião ilustrada

Opinião do leitor

Fonte: BELTRÃO, 1980.

Marques de Melo reviu a classificação de Beltrão.

Quadro 2 – Classificação de gêneros e formatos por Marques Melo.

JORNALISMO INFORMATIVO

Nota

Notícia

Reportagem

Entrevista

JORNALISMO OPINATIVO

Editorial

Comentário

Artigo

Resenha

Coluna

Crônica

Caricatura

Carta

Fonte: MELO, 2003.

Em uma nova classificação por Chaparro, os gêneros jornalísticos seriam os abaixo.

Quadro 3 – Classificação de gêneros e formatos por Manuel Chaparro.

GÊNERO COMENTÁRIOESPÉCIES ARGUMENTATIVAS

Artigo

Carta

Coluna

ESPÉCIES

GRÁFICO ARTÍSTICAS

Caricatura

Charge

GÊNERO RELATOESPÉCIES NARRATIVAS

Notícia

Reportagem

Entrevista

Coluna

ESPÉCIES

PRÁTICAS

Roteiros

Indicadores econômicos

Agendamentos

Previsão do tempo

Consultas

Orientações úteis

CRÔNICA: classe de texto livre de classificações.

Fonte: CHAPARRO, 2008.

As mudanças são referentes ao modo de idealizar os produtos jornalísticos, contudo, as grandes mudanças no processo jornalístico vieram na evolução tecnológica principalmente da internet. 

Dessa forma, temos a continuidade de gêneros e formatos, em que se nota a influência da rede digital criando formatos tais como:

Quadro 4 – Classificação de gêneros e formatos por Ureta.

Gêneros Informativos

Notícia
Gêneros Interpretativos

Reportagem em profundidade

Crônica

Gêneros dialógicos

Entrevista

Fórum ou debate

Chat

Enquete

Gêneros de opinião

Tradicionais: editorial, comentário, crítica, carta a diretor, artigo, coluna, vinheta etc.

Debates em rede: fórum, chat.

Infografia digitalInfografia individual e coletivas

Fonte: URETA, 2010.

Não se pretende definir uma classificação como correta ou melhor que as demais. Mostra-se somente a progressão do gênero textual e subgênero de acordo com gosto do leitor e mudanças favorecidas pelas novas tecnologias, na demonstração de que gêneros evoluem e como a tecnologia é fator primordial nesse processo.

2.2 JORNALISMO LITERÁRIO

O Jornalismo Literário tem referências narrativas da literatura (VILAS BOAS, 2007), mantendo as características jornalísticas de investigação e apuração (PENA, 2008). Isso é primordial.

Todavia, há o rompimento com duas características básicas do jornalismo contemporâneo: a periodicidade e a atualidade, escapando da jaula da hora de fechamento da notícia, bem como vai além do foco apenas na novidade, ampliando a visão da realidade (PENA, 2008). Em consequência, o texto no Jornalismo Literário aprofunda o alcance da notícia.

O texto desse gênero é bem mais do que fugir de técnicas e padrões, produzir livros ou entreter, pois Jornalismo Literário introduz o subjetivo na análise objetiva. É um processo criativo (VILAS BOAS, 2007) que potencializa os recursos do jornalismo (PENA,2005), no objetivo que o leitor viva simbolicamente uma compreensão nova sobre o assunto (LIMA, 2014). Aumenta-se, no texto jornalístico, a oferta de diferentes visões da realidade. 

Para verificar semelhanças e diferenças entre o Jornalismo tradicional e literário, usa-se a proposta de Felipe Pena na teoria da estrela de sete pontas que descreve as características do Jornalismo Literário. Usa-se esse material para descrever a convergência com a teoria apresentada e a Poesia Visual a ser divulgada no produto.

Quadro 5 – Características do Jornalismo Literário e uso no produto.

Item

Descrição da ponta da estrela proposta por Felipe Pena

Poesia Visual e uso no produto

1)Potencializar os recursos do Jornalismo.

O jornalista literário mantém velhos e bons princípios do jornalismo como apuração rigorosa, a observação, ética, clareza. E desenvolve de tal maneira que acaba por criar estratégias profissionais.

O produto não cria textos de informação. Todavia, a potencialização ocorre com a adição da poesia visual. 

A notícia utilizada no produto em si será mantida integral, respeitando sua qualidade. Será criado um link para o material original, usando no objeto o título da matéria, gravata ou chamada ou breve descrição.

2)Evitar se prender à periodicidade e atualidade.

Não se prende ao deadline de entrega da notícia. Produz conteúdo mais elaborado.

A notícia utilizada pode ser temporal e mesmo imediata, porém será afetada pela poesia visual que a tornará atemporal.

3) Gerar uma visão ampla.

Faz um contexto mais abrangente possível da informação, proporcionando uma ampla visão da realidade.

O aspecto restritivo de uma notícia utilizada será afetado pela poesia, de forma a ampliar o campo de percepção.

4)Exercitar a cidadania.

Há o compromisso com a sociedade de contribuir para a formação do cidadão e bem comum.

O produto tem este compromisso, na medida que a poesia visual oferece um complemento no entendimento da notícia e formação ao cidadão.

5) Romper com o lead.

Rompe-se a estratégia de no primeiro parágrafo da matéria responder aos seis questionamentos básicos: “Quem? “, “O quê? “, “Como? “, “Onde? “, “Quando? “, “Por quê?”. Tais respostas são respondidas durante o texto, com construções narrativas de criatividade.

Na hipótese de haver o lead na notícia utilizada, esse será mantido.

Porém, a poesia rompe as respostas racionais e acrescenta simbolismo e conotação.

6)Evitar os definidores primários (ou os famosos “entrevistados de plantão).

Evita-se entrevista e busca de informações com os definidores primários, as fontes oficiais que sempre estão na mídia, como políticos, médicos, advogados etc. Busca o cidadão comum e a fonte anônima para preencher lacunas de visões nunca abordadas.

O produto digital tem o foco na divulgação ao público por estratégias digitais de marketing, no intuito de popularizar e evitar que o produto seja direcionado a manter status vigente.

7)Promover perenidade no tempo.

Fugir da efemeridade temporal e da superficialidade de uma notícia que seja esquecida em pouco tempo (o famoso jornal para embrulhar peixe). O material gerado objetiva seguir-se atual, na entrega de material que seja registrado no imaginário do leitor.

A notícia utilizada no produto pode ser temporal e superficial, porém será afetada pela poesia visual que provoca o imaginário do leitor em qualquer momento.

Fonte: Adaptado de Pena (2008).

O Jornalismo Literário usa os métodos jornalísticos e as técnicas de expressão literária (VILAS BOAS, 2007), junta os elementos presentes em dois gêneros diferentes e transforma para um terceiro gênero (PENA, 2008), tal qual o produto proposto. 

Pelo apresentado, portanto, o produto de Poesia Visual e Notícia encontra no Jornalismo Literário um alicerce teórico e uma ponte para seu prosseguimento

2.3 COMPARAÇÃO COM OUTROS FORMATOS VISUAIS: CHARGE E INFOGRÁFICO

Os gêneros textuais têm, logicamente, suas diferenças e semelhanças, todavia, apesar das particularidades, as fronteiras entre si se tornam tênues (SODRÉ, FERRARI, 1986) e colaboram para novas possibilidades, conforme “As expressões da linguagem visual raramente são compostas por uma só das categorias ou grupos que poderíamos enunciar. Costumam ser uma composição de diferentes tipos de códigos visuais: gráficos, linguísticos, fotográficos etc.” (PELTZER, 1992, p. 122).

Assim, a proposta de um novo formato textual pode ser comparada a outros próximos, no sentido de validar sua possibilidade e lógica. 

No jornalismo, tal qual no dia a dia comum, há uso de vários tipos de linguagem (1982), destacando duas grandes áreas: a falada (verbal e não verbal)  e a gráfica (verbal, pictórica, esquemática) (TWYMAN, 1982). Estes tipos de linguagem se notam nas fronteiras, convergências e diferenças dos formatos textuais, sendo aqui exemplificados em:

Quadro 6 – Comparativo de formatos textuais.

Formato

Textual

Linguagem

Estratégia Leitura não-linear

Formato Independente ou Complementar

Objetivo

Temporalidade (predominância)

Texto escrito (matéria jornalística).

Verbal gráfica

Eventual

Independente

Informar

Sim

Ilustração.

Eventualmente verbal gráfica

Pictórica

Esquemática

Sim.

Complementar (Independente em alguns casos)

Descrever algo

Não

Charge.

Verbal gráfica

Pictórica

Esquemática

Sim.

Independente (complementar em alguns casos)

Riso

Sim

Cartum.

Verbal gráfica

Pictórica

Esquemática

Sim.

Independente (complementar em alguns casos)

Riso

Não

Caricatura.

Verbal gráfica

Pictórica

Esquemática

Sim.

Independente (complementar em alguns casos)

Riso

Sim

Infográfico (matéria jornalística).

Verbal gráfica

Pictórica

Esquemática

Sim.

Complementar (Independente em alguns casos)

Estruturar para explicar

Não

Poesia Visual.

Verbal gráfica

Pictórica

Esquemática

Sim.

Independente e Complementar

Coloca sentimento na notícia

Não

Fonte: CUNHA LIMA (2022), Autor.

Guardadas as diferenças, a Poesia Visual encontra na charge e no infográfico uma correlação para se firmar como um formato textual jornalístico.

Charge

A Poesia Visual pode ser exemplificada pela charge como formato correlato. A charge é o formato visual humorístico de crítica a determinada pessoa ou fato, muito ligada ao acontecimento político, tendo assim uma limitação temporal; o cartum é uma crítica de costumes, focando na realidade genérica e sendo atemporal, a caricatura é o desenho de exagero nas características de uma pessoa (ROMUALDO, 2000). 

O que diferencia de forma explícita a charge da Poesia Visual é o objetivo da charge ser o riso (ALVES, 2011). A charge funciona como literatura na medida em que desenha uma problemática do sistema, principalmente relacionada a chefes do poder político, de forma que exerce o aspecto humanizador da Literatura (PAZ, 1975).

A Poesia, visual ou não, é centralizada na mensagem, gerando uma linguagem poética que é conotativa, gerando a metáfora que estabelece relações de semelhança e sentimento entre duas coisas (JAKOBSON, 1973).

A charge também usa as “imagens materiais para sugerir relações imateriais” (CAMPOS, 1977, p.41), sendo esse o ponto em que charge e poesia têm uma convergência, pois charge e poesia se assemelham na presença marcante do ícone e do poético (SOUZA, DRIGO, 2008), destacando o contraste surgido entre o objetivo e subjetivo na charge e na poesia (CAMPOS, Haroldo e Augusto, 1982).

Infográfico

O infográfico, de caráter objetivo e baseado em dados coletados, busca recursos de fontes tipográficas, design, cores, composição (TEIXEIRA, 2010), de forma que, ainda que de caráter objetivo, ilustra o sentido da Poesia Visual.

Um dos efeitos da alavancada técnica e consequente mudança em gênero/formato jornalístico se dá no estabelecimento do poder da imagem, na direção e guinada ao visual no jornalismo (KRESS,2010). Essa abordagem introduziu novos formatos como complementos imagéticos nos textos jornalísticos. 

Nesse sentido, “a precedência da imagem sobre o texto muda a importância da matéria escrita e a submete a leis mais impressionistas e aleatórias: a aparência e a dinamicidade da página é que se tornam agora decisivos” (MARCONDES FILHO, 2000, p. 31). 

O design cresce muito em importância, pois integra os elementos textuais (verbais e visuais), de forma a potencializar a leitura (FREIRE, 2009), aumentando essa relevância conforme as tecnologias evoluem, com o foco voltado ao leitor e não à preferência do jornalista (FREIRE, 2009). 

Nesse aspecto, o infográfico é um gênero de texto de informação verbal, pictórica e esquemática; não é necessariamente apenas um complemento ao texto escrito, sendo passível de ser uma fonte autônoma de informação. 

A estratégia de leitura do infográfico pode ser não linear, sendo a metáfora presente, principalmente na imagem pictórica.  A imagem conduz o leitor a uma associação, por exemplo usando num infográfico imagens de pão e as migalhas representando uma mostra da economia fraca de um país, de forma que o visual promove união de forma e conteúdo num único elemento gráfico (CUNHA LIMA, 2009). 

Assim, guardadas as diferenças, a Poesia Visual encontra na charge e no infográfico uma correlação para se firmar como um formato textual jornalístico.

2.4 POESIA VISUAL

Poesia Visual com notícia apresenta moradores em situação de rua sentados numa sala típica de classe mais favorecida: nenhum software edita a realidade; a miséria está em nossa sala

Poesia Visual nasce da poesia concreta, todavia, há diferenças: “O termo poesia concreta, especialmente nas décadas de 1950 e 1960, foi usado, com frequência, como sinônimo de poesia visual. Mas essa descrição apenas se refere à materialidade/forma visual da poesia concreta. […] Visto de outra maneira, é com esforço que se pode perceber os componentes visuais da poesia concreta a partir dessa inevitável organização do texto poético – e da materialidade da letra. Assim, o produto tido como final aparece não como imagem, mas como uma constelação, cujo espaço e planos essenciais nós conseguimos perceber “(DENCKER, 2012, p. 142).

A poesia concreta usa a palavra como poesia, palavras “à disposição do poema, moldáveis” (CAMPOS, 1987). Na Poesia Concreta, o poeta usa uma estética voltada à tipografia e às suas possibilidades de espaçamento, disposição, formas, tamanhos, negritos e outros recursos (FREIRE,2021). Na Poesia Visual o poeta intercala imagens e palavras:  “Os poemas visuais são imagens basicamente complexas e, como tais, devem ser reconhecidos. Informação em texto e imagem, condensada e montada como fragmentos pode gerar um jogo poético. Dessa maneira, a identificação do material que é utilizado e sua origem têm papel importante” (DENCKER, 2012, p. 142).

Poesia visual é a poesia de imagem, ideal para ser um novo formato textual e para ser divulgada no produto tecnológico deste trabalho porque: a imagem é simbólica e propulsiona reflexões além do campo racional (JUNG, 1977); e soma-se a isso a preferência notada nos meios digitais por imagens (FAUSTINO, 2019), além da expansão de uso pela tecnologia em múltiplas possibilidades de cores, formas, sentido, interatividade (XAVIER,2002). A poesia visual traz um diferencial e potencializa qualquer produto, seja publicitário ou o produto jornalístico.

“A poesia visual introduz novas formas de sensação através de um jogo calculado, um experimento que se opõe à tradição; logo, seu projeto artístico se desenvolve através da experiência. É também um reflexo e uma resposta ao desdobramento do panorama midiático, ou a um movimento especificamente forte e recíproco de polinização e interpenetração das artes, que testemunhamos no século XX. Finalmente, a poesia visual pode ser vista como uma possível forma de expressão dentro do processo de expansão das informações – e de uma sociedade de comunicações.  A poesia visual pode interagir com as novas formas de mídia (vídeo, computador, holografia, laser, e assim por diante); é uma forma de expressão que não depende de ser veiculada por nenhum meio específico; que pode fazer parte, de modo criativo e inovador, dos modelos interativos de comunicação” (DENCKER, 2012, p. 145).

 Desta forma, ressaltando a contribuição dos pioneiros, da Poesia Concreta e consequente poesia visual, Augusto de Campos, Haroldo de Campos e Décio Pignatari, estabelece-se o valor da Poesia Visual como possibilidade de comunicação com o leitor do jornalismo.

Poesia Visual com notícia com um um robô pensando: inteligência (artificial ou natural) sem sentimento acaba virando burrice

2.5 JORNALISMO E POESIA VISUAL

A parceria entre poesia e jornalismo será explanada por um poema não visual. Esta escolha ocorre por se considerar a poesia visual não como uma novidade e sim uma continuidade, em forma diferenciada, de poesia (FREIRE, 2021). Assim, segue-se a análise: “Poema tirado de uma notícia de jornal: João Gostoso era carregador de feira livre e morava no morro da Babilônia num barracão sem número. Uma noite ele chegou no bar Vinte de Novembro Bebeu Cantou Dançou Depois se atirou na lagoa Rodrigo de Freitas e morreu afogado” (BANDEIRA, 2013).

Por mais que se inove em forma ou junção com outras áreas, os velhos e bons princípios da redação jornalística continuam essenciais.  O jornalismo ajuda o conhecimento pela narrativa dos episódios, na qual, de forma básica, deve responder perguntas básicas, tais O quê?, Por quê?, Quem?, Onde?, Quando?, Como?.

Em termos técnicos, é o atendimento do conteúdo fundamental da lide, somado pela adesão, dentre outros tradicionais requisitos, à apuração rigorosa e abordagem ética, ao texto fluido (PENA, 2008). A permanência de valores é fundamental para se considerar o jornalismo essencial à humanidade. 

A objetividade do jornalismo não pode ser desprezada, todavia, pode e deve ser complementada. O leitor de poesia busca o subjetivo e o leitor de notícias busca o objetivo. A parceria poesia e jornalismo une as opções. 

O texto de Bandeira (BANDEIRA, 2013) ilustra essa amplitude, no qual se resgata o gênero notícia apresentando um fato tal qual tantos outros iguais ou equivalentes nos jornais: uma tragédia humana aconteceu, um “joão” se matou. Rompe-se a banalidade ao explicitar o drama interior, exemplificado na falta de sentido da morte na lagoa, nos surpreendendo pelo sentimento que a poesia carrega (ENDO, 2006). O conjunto, se bem usado, capta leitores. 

A união entre poesia e jornalismo pode ser apresentada a todos os leitores, tanto de notícias como de poesias, agradando a gregos e troianos, em qualquer localização ou meio de publicação ou divulgação.

Destaca-se que se complementares, poesia e jornalismo não devem ser feridos em suas características primordiais. 

No exemplo em Bandeira (BANDEIRA, 2013), temos o gênero notícia, porém faltam elementos básicos como o nome completo e idade da vítima. A geografia da cidade do Rio de Janeiro (“Morro da Babilônia”, “bar Vinte de Novembro”, “Lagoa Rodrigo de Freitas”) é declarada, mas o nome do sujeito é apenas o seu apelido. Seu endereço é “barracão sem número” (ENDO, 2006). O leitor de notícias sente a falta destas informações, evidenciando que o texto jornalístico deve se manter como texto jornalístico, informando de modo completo a notícia. 

Informar, porém, é insuficiente para gerar conexão. Uma notícia factual poderia ser feita e perdida no meio das tragédias diárias, desprezada, relevada, talvez nem lida. Um texto cru nos privaria de sentimento, ausente não pelas informações dadas, mas pela falta de empatia com o triste fato provocada por um texto direto, objetivo. 

Na poesia de Bandeira, a solidão é clara na ausência de seu nome e nomenclatura em excesso da geografia da cidade, reforçando sua insignificância dentro da cidade do Rio de Janeiro; o endereço ausente mostra a ideia de vida vazia, invisível ao poder público; o bar se chama igual ao dia da Consciência Negra, a lagoa, onde João morre afogado, tem nome e sobrenome: Rodrigo de Freitas. (ENDO, 2006). 

O texto Bandeira submerge num ponto que uma matéria de jornal não consegue atingir, pois sintetiza sobre os problemas comuns que não deveriam ser comuns, alerta sobre os grandes e persistentes problemas pelos quais passam os pobres, os Joãos, no Brasil. 

Nota-se assim que a objetividade informa e se justifica por esse serviço de conhecimento, porém, aliando poesia e jornalismo, João Gostoso eterniza-se, porque torna-se maior que uma simples nota de jornal (ENDO, 2006). Destaca-se as duas divisões complementares, poesia e notícia, formando um elemento único, mantendo as estruturas básicas de cada elemento (SANTAELLA, 2005). Desta forma se cumpre a meta de provocar o mundo interior do sentimento para compreendermos plenamente a notícia.

O jornalismo tem forte ligação com a temporalidade, por exemplo, um número de desempregados varia conforme o tempo e pode ser algo grave ou gravíssimo de acordo com a época. Na união entre poesia e notícia se configura um novo tempo: um tempo interno, na verdade, o atemporal. 

Na poesia, o tempo cronológico é substituído por um tempo inconsciente, atemporal (PAZ, 1984). O texto de Bandeira classifica uma morte temporal como um problema atemporal de desigualdade social e humana, um fato que insiste em repetir na atualidade, sem previsão de tempo para término. A poesia coloca a eternidade numa notícia temporal.

Contabilizada esta capacidade de atemporalidade, se analisa a classificação de notícias em três categorias: 

  1. Hard News, que envolve notícias factuais, relevantes e complexas, com temas e valores-notícia relacionados a impacto, conflito; polêmica; proximidade; governo; tragédia/drama, surpresa e justiça; 
  2. Soft News, com matérias frias, relacionadas ao cotidiano dos leitores; com temas e valores-notícia de entretenimento; curiosidade; conhecimento e raridade; 
  3. “Outras”, que não se encaixam em nenhuma outra categoria, como capa (SILVA,2013; SOUSA,2002). 

Analisa-se estas classificações e define-se que mesmo histórias trágicas geram importantes reflexões, como o nosso João da poesia de Bandeira (ENDO, 2006). Assim, estabelece que notícias do tipo Hard News e Soft News são passíveis de parceria com poesia. 

Conclui-se, por fim, que a poesia “Poema tirado de uma notícia de jornal”, de Manuel Bandeira, ilustra os pontos de integração, evidenciando a possibilidade e necessidade de unir poesia e jornalismo, visto os ganhos e possibilidades alcançadas.

2.6 GÊNERO TEXTUAL DO FORMATO POESIA VISUAL

Não é objetivo determinar o melhor gênero do formato Poesia Visual, visto que isso implicaria em estabelecer uma nova classificação de gêneros textuais, feito que supera o escopo do trabalho. O novo formato Poesia Visual é passível de ser interpretado como dentro do gênero opinativo, segundo Beltrão e Melo, ou no gênero textual interpretativo de Ureta.

No entanto, sugere-se que seja considerado um novo gênero específico “Poesia Visual”, tal qual a “Charge” colocada por Cunha Lima (LIMA,2022) ou a “infografia digital” definida por Ureta (URETA, 2010). 

A sugestão é baseada no fato de que, guardadas as diferenças, temos a poesia visual, charge e o infográfico com gêneros semelhantes por lidar com recursos visuais como desenho ou fotografia, tabela, textos verbais curtos (DIONÍSIO,2008). 

Tanto a Poesia Visual como a charge ou infográfico podem ser usadas em complemento a uma matéria ou de forma isolada. 

No site há a opção da Poesia Visual isolada, sem complementar diretamente uma matéria, deixando essa mescla como uma meta futura.

Importante ressaltar que o objetivo é divulgar a Poesia Visual como proposta de novo formato textual jornalístico, o que tal como no caso do infográfico, leva um tempo maior e indeterminado (TEIXEIRA, 2010). Assim, sem ser um jornal ou outro meio de publicação, o produto divulga o formato textual aos leitores e profissionais do jornalismo, principalmente voltado à meta de cultivar uma entrada do novo formato Poesia Visual em veículos jornalísticos.

3 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O trabalho mostrou de forma direta ou indireta certos aspectos atuais do jornalismo. No modo indireto destacam-se três pontos:

  1. a crescente necessidade de o jornalista conhecer a parte técnica de funcionamento da internet, de forma a colaborar ou realizar o seu trabalho na criação de produtos digitais; 
  2. a necessidade da estratégia de marketing digital ser aliada, para o jornalista saber se posicionar em meio digital, seja nas redes sociais ou mesmo um postagens, de forma que o conhecimento nesta área serve de impulso para uma notícia ser divulgada; 
  3. a sensação de que o jornalismo atual opta, em muitos casos, por notícias populistas e sensacionalistas, renunciando a divulgação de boas notícias e reportagens de esclarecimento e evolução humana.

Esses pontos considerados indiretos ao trabalho podem ser objeto de novos estudos e aprofundamentos.

De forma direta, o resultado mostrou o potencial de uso da poesia visual como um formato textual jornalístico. A poesia visual, seguindo a teoria do Jornalismo Literário, propicia ao jornalismo novas profundidades em oferta de conhecimento, contribuindo para evolução humana no sentido de senso crítico e capacidade de discernimento. 

Além do poder racional, a poesia coloca um fator que combate a banalidade das notícias sensacionalistas, pois o sentimento transfere um novo modo de tratamento e empatia com o fato reportado. O jornalista ao usar poesia pode aprimorar sua sensibilidade e aplicar as emoções no processo criativo, procurando novos vieses no texto apresentado, incluindo um processo de trabalho mais focado na evolução de um ser integral.

Ao mostrar que, há sim, possibilidade e ganhos ao juntar poesia visual e notícia, a poesia visual com notícia caminha, almejando em forma de metas estabelecidas por estratégias digitais, uma valorização da poesia visual nos meios de comunicação, objetivando o uso e popularização desse recurso. 

E para mim, sigo porque nunca serei nada…nem posso querer ser nada; mas à parte isso, em mim tenho todos os sonhos do mundo (PESSOA, 2016).

E para mim, sigo porque nunca serei nada… nem posso querer ser nada; mas à parte isso, em mim tenho todos os sonhos do mundo (PESSOA, 2016).

REFERÊNCIAS USADAS NESTE ARTIGO (DE FORMA DIRETA OU INDIRETA)

ANDRADE, C. D. de. Poesia completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar. 2004.

ALVES, Rafael Martins. A corrupção e os escândalos político-financeiros na charge. In: CONGRESSSO SOPCOM, 7, 2011, Porto, PT. Atas: Meios Digitais e Indústrias Criativas: os efeitos e os desafios da globalização. Porto : Universidade do Porto, 2011, p. 443-459.

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